Oi, gente. Desculpem, sei que ando meio distante. Tenho refletido sobre algumas coisas ultimamente, por isso tem quase um mês que não escrevo aqui no blogue.
Mas enfim, minha maior reflexão durante esse período, digamos, sabático, foi sobre como sou medíocre. A frustração sempre me acompanhou em tudo que faço, então estive pensando se era a hora de largar essa minha vida bandida; a vontade de ser mãe tem me aflorado novamente... Mas talvez o tema mereça uma melhor incursão outro dia, não hoje. É que, em contrapartida a isso, tenho a nítida sensação de que ainda deixarei minha marca no mundo, de que tenho algo grandioso a fazer. Vá lá que eu nunca pensei que seria em um filme pornográfico, mas quando surgiu o convite para atuar nele, achei que talvez caminhasse para a concretização dessas minhas intuições. Inclusive com a coisa de escrever o roteiro. Teria escrito o melhor roteiro de filme pornô que o mundo já viu, bem diferente desses toscos que estão à venda ou aos borbotões nas locadoras. Eu inauguraria um novo filão de mercado, filmes pornográficos pra mulheres, se é que já não existem. Sou bem resolvida – termo que pra muito homem significa mulher devassa – mas nunca fui de assistir à muitos filmes pornôs, a coisa da masturbação sozinha cansa minha beleza.
Mas eu falava sobre o roteiro do meu filme pornô. Então. Obviamente, meu épico-erótico-dramático não ficou lá essas coisas escrito em pouco mais de vinte dias. Mas apesar de superficial, continuou belíssimo, tinha a subliminariedade que tanto prezo e amo. O ponto chave da questão é que ele foi parido à fórceps, e um filho meu, um filho de Janette havia de ser interpretado com a alma. Ou seja: seria impossível, porque não tem como um filme de sacanagem comportar bons fodedores e estes ainda serem bons atores. Brad Pitt, por exemplo, se ele tivesse que mandar ver na Jolie, em Mr. & Mrs. Smith ali mesmo, não conseguiria. Ele é muito bom ator e...está bem, está bem, desculpem a digressão. Onde eu parei? Ah, sim! Sobre a produção do meu filme. Eu dizia que entendi o porquê de os filmes pornôs serem em sua grande maioria feitos por poucas falas monossilábicas e muito sexo selvagem. A propósito, sabia que os filme pornôs são iguais aos filmes de ação? Há uma enrolaçãozinha mixuruca no início, entra-se de sola na parte dinâmica e quando o filme acaba você não percebe, porque o final sempre te frustra ou não existe. E a única discrepância entre ambos os gêneros, é que, no pornô, ainda precisamos de mais cérebro pra assisti-lo.
Mesmo frustrada com o fato do filme não ter o roteiro dos meus sonhos, a coisa de participar de algo que ficaria pra história me excitava. Então fiz charminho como estrela da filmagem já que o cachê era uma miséria (duzentos e cinquenta euros) e pedi para escolher quem contracenaria comigo. E assim o fiz. Pra primeira cena, um ménage, na seleção de casting, escolhi Paola: uma loira linda, do cabelo até a cintura, bumbum empinado, seios fartos, boca carnuda, olhos verdes. Ficava molhada só em pensar naqueles lábios sugando minha bocetinha. E o garanhão foi Arnaldo. Cara máscula, marcada de barba, tem um jeitão latino, sabe? Ai, meu Deus, chega dá calafrio em pensar no abdôme do infeliz.
A segunda cena, a que consumiria o resto do filme, tratava-se de um Gang Bang. Não sabem o que é? Olha, até procurei no
Google pra não dar uma definição incorreta da coisa, e segundo uma famosa enciclopédia da internet, “
Gang Bang são cenas onde uma mulher mantém relações sexuais com três ou mais homens, um homem mantém relações sexuais com três ou mais mulheres ou ainda três ou mais mulheres mantêm relações sexuais com três ou mais homens.” Preciso dizer o que escolhi?
Pra recrutar meus comedores fui à academia de
jiu-jitsu em fim de aula, e sem pestanejar, convoquei os oito grandões que ali estavam. Acontece que, os bastidores de um filme pornô também tem tantas falhas e inúmeras repetições de tomadas, que na hora de gravar, a coisa fica meio artificial. Por exemplo, vocês sabiam que entre um take e outro existem moças contratadas só pra deixarem os atores em ponto de bala? É isso mesmo. Nos intervalos entre uma tomada e outra vem uma moçoila, se debruça no cacete do ator e o chupa até recomeçarmos a gravar. Ás vezes acontece de eles gozarem nesse intervalo ou serem precoces quando recomeça a penetração, daí dá-lhe edição. Ou você achava que aqueles atores e as moças aguentam uma média de meia-hora de transa, por participante, porque são bonzões mesmo? Nada disso, a edição é a alma do filme pornô.
Quando começamos a gravar, era um tal de “Olhe pra cá enquanto geme!” que me enchia o saco. Sem falar de quando eu estava lá, lambendo em um dos raros momentos de prazer, apareciam, do nada, com uma luz horrível bem na minha cara. Na boa, desestimulante! Não dá pra foder desse jeito! Tem nada a ver com o fetiche de ser observada, mas literalmente, dirigida, mandada trepar assim ou assado. Eu doida pra dar por Arnaldo de quatro e chupar a bocetinha de Paola e o diretor falando “Corta! Troca pra tomadas das duas chupando o Arnaldo!”, ah, não... Gosto do sexo à minha maneira, ou pelo menos me forçando a fazer coisas que eu faria. Agora, me dizer como devo transar, que assim dá mais tesão, que do outro jeito fica ruim pro público, que daquele outro jeito a câmera não capta bem, ah, isso foi demais pra mim!
Ao final dessa filmagem, nós conversamos e acabamos ficando bem amigos. Entretanto, meu tesão, pairava no ar, dava pra senti-lo e talvez até tocá-lo. “Ok, no
Gang Bang será melhor!”, pensei. Seriam oito, oito, oito caralhos só pra mim! Mas os lutadores, dirigido pelo diretor filho da puta só quiseram ver meu oco. Chupei todo mundo e nada de ninguém me chupar, nada de perguntarem o que era melhor pra mim, os caras lá, penetrando, penetrando e eu só pensando a que horas aquilo acabaria. Isso sem falar do pior: esporraram em minha cara! Poxa, eu gosto de engolir, mas gozar na minha cara, não! Já teve porra grudando teus cílios? Então pense duas vezes antes de atender a um pedido exdrúxulo como este! Aliás, ainda quero saber qual o tesão que homem tem em ver um belo rostinho como o meu todo melecado de esperma. Acho que isso vai além da submissão, é humilhação; amor pelo feio ou coisa que o valha, sei lá.
Enfim, não satisfeito em me ver desfigurada, com o esperma de oito broncos em meu rosto, o diretor ainda inventa de pedir pra uma assistente passar um creminho branco lá no meu cabelo, pra falsear, como se tivessem gozado ali também, já que um deles não conseguiu a façanha. Aí me estressei e o mandei à merda ali mesmo!
Fora todo esse ocorrido, acho que só fiquei com tesão mesmo com a DP (se alguém não sabe o que é isso, procure no
Google. Agora fiquei sem paciência pra explicar, porque quando não gozo fico muito mal-humorada), mas não superou a minha expectativa de tesão homérico que tenho. Essa coisa de roteiro pra foder me deixou muito, mas muito chateada.
Bom, a última gravação terminou ontem e estou aqui, me masturbando a toda hora, morrendo de tesão, pois não fui saciada. Todavia fui esperta e marquei uma confraternização com os oito brutamontes, mais Paola e Arnaldo aqui em casa logo mais. Estou vendo estrelas, tamanho é o tesão, e eles hão de apagá-las.