quarta-feira, 29 de abril de 2009

O SONHO

Acordei com o som seco do chuto numa bola a menos de dois metros. Era uma criança que brincava com o pai. Virei-me para o lado ainda confusa e Ari olhava-me. Afinal, o suor que me deixava o corpo molhado e colado na areia era resultado do sol ardente que me queimava a pele e não das aventuras que sonhara ter com aquele homem bom como o milho… e com a irmã dele.
- Meus Deus – pensei – Estou a tornar-me louca nesta terra, deve ser do calor…
Nesse momento, tive a certeza que os meus pensamentos saíam em voz alta. Pelo menos foi o que me pareceu ver no sorriso lindo de Ari, e quase fiquei envergonhada com isso:
- Eu disse alguma coisa enquanto dormia? – perguntei.
- Como assim? Não falou nada, não!
Fiquei mais sossegada. Mas o sonho continuava a girar em looping na minha cabeça, recusando-se a sair.
E assim continuou até à noite, quando fomos jantar numa esplanada ao ar livre com vista para o mar. Para não o convidar de forma directa, comecei a inventar uma conversa desajeitada:
- Sabes que nunca tinha visto o sol nascer na praia?
Ele riu:
- Sério?
- É. Para mim, praia era só para o sol ir dormir, não para acordar.
- Verdade… nunca tinha pensado nisso.
Parámos de falar e, durante alguns segundos, só nos olhámos. Eu pensava com muita força – “É agora! É agora!” – e foi nessa altura que senti uma mão nos meus joelhos e vi, à minha frente, o sorriso que os homens fazem, em qualquer parte do mundo, quando querem sexo. Eu retribuí com o sorriso que as mulheres fazem, em qualquer parte do mundo, quando acham boa ideia. Pedimos a conta, com muita pressa se faz favor, que temos mais que fazer, e corremos para a praia agora deserta. Apenas com as estrelas por testemunhas, desapertei-lhe os botões das calças. Era verdade, ele não usava cuecas. As imagens do sonho que me obcecava continuavam ainda no meu cérebro. Acho que nunca na vida tinha tido tanta vontade de fazer sexo oral a um homem. Era só isso que eu queria e foi apenas isso que fizemos. Saboreei-o na totalidade. Com a língua, com os lábios, levemente com os dentes, com o céu da boca, com a garganta. Ouvi os seus suspiros que me pareceram música e segurei-lhe os quadris. Era só isso que eu queria e foi apenas isso que fizemos. Quando por fim ele se derramou em mim, levantei-me, ajeitei o vestido. Estava saciada. Ou talvez ainda não. Olhei-o nos olhos e perguntei:
- Tens uma irmã, não tens?

sábado, 25 de abril de 2009

Aguaceiros

Passamos todo o sábado na praia. O calor não era muito, os cerca de 30 graus que se fizeram sentir durante todo o dia mantiveram-se pela tarde. Nem os dois fortes aguaceiros que caíram durante o dia, parecendo que o mundo ia desabar, nos conseguiram estragar o dia. Depois o céu ficava limpo como se nada fosse com ele. Refugiávamo-nos nos 15 minutos em que parecia que o céu se desfazia sobre nós e retornávamos à praia logo de seguida. Os surfistas nem saiam da água. Robinho e Drica me iriam apresentar hoje Ari. Eu estava expectante e excitada até porque Ari tem uma irmã chamada Iara que eu já tinha fisgado na praia. Na minha cabeça passava um turbilhão. Pior que era mesmo um tornado. Ari ou Iara? Robinho ou Drica? Andamos a pé cerca de 20 minutos. O “arraial” se preparava no outro lado da ilha. A música já tocava no palco mas a partir de um leitor de CD. Eram os preparativos para o show. A banda que actuaria (acreditam que não lembro nem do nome?) passou a noite tocando e cantando forró. Quanto mais dançávamos maior era o calor. Ari é lindo de morrer. Me pegou a mão e a acariciou. Achei romântico. Esperava algo mais viril. Dançamos colados. Sentia o pénis de Ari duro e grande e grosso encostado ao meu short. Sim era viril. Sorri-lhe. Ele deu uma gargalhada e me puxou. Eu nada conhecia da ilha. Um recanto longe dos olhares. Disse-me que só ele e Iara conheciam aquele lugar pois era onde brincavam em pequenos. Não haveria perigo de sermos descobertos. Baixei-lhe a calça, mas Ari não usava cueca. Ajoelhei-me e comecei bolinando a cabeça de seu pénis com a minha língua. Escutei uns passos, mas não liguei. Afinal ninguém conhecia aquele recanto e Iara não viria se intrometer nos negócios do mano. Já em minha garganta se sentia todo o poder de Ari quando, como se fosse uma brisa, senti algo entre as minhas pernas. Ari tinha me retirado o short e me acariciado. Mas agora com uma mão em minha nuca, empurrando-me a cabeça de encontro ao seu mastro que eu sugava quase como uma desesperada e outra em meus seios, algo me acariciava o clítoris e não era a mão de Ari. Olhei para cima, para o rosto de Ari e entendi-lhe o murmurar. Iara. E neste duplo prazer, recebendo na minha boca os fluidos de Ari, derramei quanto mel produzi na boca ávida de desejo de Iara. De novo em dois aguaceiros poderosos, o céu parecia que desabava de novo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

SHOW DE BOLA


Sempre ouvi que Brasil é o país do futebol, mas sempre achei, de verdade, que era mentira – país de futebol é Portugal! Só se fala, pensa, come e deita futebol.

Então, venho para o Brasil, crente que o que mais irei ver é futebol na praia.

Engano meu...

Surfistas e pranchas por todos os lados. Bolas? Claro que as vi. Jogavam vôlei e num ou outro ponto via-se algum grupinho a jogar futebol.

- Quer jogar alguma coisa? – perguntou o moreno de sorriso lindo que resolveu deitar-se na areia, ao meu lado.

- Serve areia, nesse corpo de cor linda? – perguntei sem nenhuma malicia. Acho...

- Meu nome é Robinho, sou namorado da Drika, que você já conhece – disse ele, se apresentando e ao mesmo tempo a insinuar com o olhar algo mais.

- O jogador de futebol? – animada com a possibilidade de, finalmente, conhecer alguém que poderia me ensinar para que, afinal de contas, juiz de futebol é tão antipático, chato e se veste com roupas absurdamente horríveis. Quanto às regras, nem vale a pena – não entendo e pronto!

- Não... – disse ele num sorriso lindo, ao mesmo tempo que deslizava seu dedo pela minha pele quente e, "sem querer" desviava o percurso para um caminho que se viu acordado e latejante – Mas posso mostrar o que posso fazer...

A minha curiosidade é insana.

Levantei-me calmamente, como toda turista com a cabeça no lugar deveria fazer. Caminhei com toda calma, juro, até à casa. Fomos até o mesanine que era a mim reservado. E ele me mostrou o que fazia...

Agarrou-me os seios e sugou-os como se fosse um bezerro faminto. Quase perdi o fôlego. Porque era também um meio abraço que me apertava e me engolia. E me fazia mais quente, molhada e latejante.

Mordia-me, lambia-me, mesmo cheia de areia. Mesmo eu a dizer "ais" por estar queimada de sol, pouco adiantava. Ele não parava e nem eu queria – adorava essa loucura de dor e prazer.

Quando achei que iria sugar o meu prazer... ele começou a mordiscar. Aquilo me enlouquecia – queria que me penetrasse, queria o meu prazer. E ele ria! E me mordia! E por ser forte não me deixava sair daquela posição!

Já ia me irritar realmente com ele, então me penetrou com força. Pegou-me de surpresa!

Ia num ritmo cadenciado, forte e rápido. Uma loucura! Eu ia gozar e... parou! Tive vontade de chorar! Ele parou! Depois riu de mim...

E voltou naquele ritmo maluco, que me alucinava! Pensei que iria parar novamente e até me preparei para isso. Mas ele não parou, não parou, não parou, não parou e... e eu gozei, como louca. Ele também...

Deitou-se ao meu lado e antes de me beijar, sorriu...

- Show de bola, guria!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Um breve parêntesis

Ainda de férias aqui no Brasil recebi, de um amigo e ex-amante, um e-mail sobre um artigo de Luís Pedro Nunes no Expresso on-line de 19 de Abril pp. Senti-me tão honrada quanto envergonhada. E agradecendo tão ilustre referência não quero deixar de dizer por que é que me senti envergonhada. Das outras amigas referidas eu não sei, nem sei o que pensam sobre o assunto, mas eu estou envergonhada por nunca me ter deitado com o Luís Pedro Nunes. Assim eu teria a certeza que ele não escreveria que mulher que bem escreve fode mal. Pelo menos no que me toca, né mesmo cara?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

E depois... o paraíso

Uma vez alterado o meu plano de viagem inicial, também Alex alterou o destino levando-me directamente para Paranaguá. Afinal de contas nem seria ele o anfitrião mas sim um moço conhecido do meu tio André dos seus tempos de escola em Portugal. Ora o moço, cujo nome eu não vou revelar aqui porque faz parte de um pacto de confidencialidade, é proprietário de uma casa à beira mar numa lindíssima e agradável ilha, ao largo de Paranaguá, chamada Ilha do Mel. Talvez tenham sido os 10 dias mais indescritíveis da minha vida. Para vos abrir o apetite tem três redes no alpendre, um quarto em mesanine super discreto com uma vista maravilhosa e… bom, mais detalhes para depois. E imaginem o que se pode fazer numa rede. Ou num discreto quarto fora do horizonte visual de quem quer que seja. O moço tem um filho ainda adolescente. Completaria, nesse fim-de-semana em que chegamos, 17 anos. Como dizem lá no Brasil, um pão. É surfista e tem namorada. Logo pela manhã, depois do café, sai com a prancha e se junta aos amigos. As namoradas ficam na praia se gabando que seus namorados fazem as melhores manobras. Drica é a namorada de Robinho. Eu fui a namorada de Drica. E a namorada de Robinho. Dias depois se juntou Iara e Ari que são irmão e surfistas também. Eu fui a namorada de Ari. Mais detalhes para depois, com Sandrinha, Iris, Carlão, Ivan e não sei mais quantas pessoas que me eram apresentadas em espiral. Mas foi no agito do final de tarde de Sábado, em festa de aniversário, que Drica me fez conhecer o verdadeiro sabor da goiaba com beijo, da acerola com amasso, do araçá com pernas, do abacaxi com chupadas, da carambola com abraço numa fresca, imensa, arrepiante, infinita, salada de frutas.

PS. Mais tarde vim a saber que não era bem uma namorada, mas uma ficante como eles falam. E como ficava bem, meus deuses!!! Vou contando aos poucos para se deliciarem com 10 dias no paraíso.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Mau humor

Eu, sinceramente, não entendo.

Depois de eu explicar o mais claramente possível as minhas intenções, o que recebi?

Nem eu acreditei!!

Um sermão!

- Jane (ele me chama assim) – começou ele – eu vou fazer de conta que nada vi ou ouvi. Nós vamos para a rodoviária agora, você vai se limpar na medida do possível e vamos embora. Sabe muito bem que sou casado, pai e que jamais cometeria uma loucura dessas, principalmente com você, que sempre foi uma menina aos meus olhos, até mesmo agora.

Blá blá blá blá blá...

Deu-me vontade de pegar toda a minha bagagem e voltar para Portugal. Pensei que estar no Brasil o tornaria mais quente, mas o que fez foi torná-lo morno. Se bem que... morno até que é agradável... a pele morna, deslizando pela perna... Bom! Mas não foi nada disso que aconteceu!

Ele ainda teve a capacidade, assim que subimos naquele bendito (ah, sim, eles chamam de outro nome) ô-ni-bus, colocar-me sentada ao lado de uma velhinha que falava o tempo todo sobre o netinho dela.

Certo... Se o netinho dela tivesse lá os seus 25 aninhos, até que eu podia me interessar pelos cabelos cacheados dele, sobre aquela pele sardenta e travessa, sobre aquelas mãos que poderiam passear o quanto fosse sobre o meu corpo incendiado, sobre qualquer travessura que quisesse fazer comigo. Mas... Ele tinha 5 anos. Só 5 anos!!!!

Alex resolveu ficar conversando com o motorista. Sei lá porque. Ou, aliás, eu sei porque. Talvez porque o motorista fosse mais interessante do que eu morder as suas orelhas, as minhas mãos brincando de fazer amor, a minha língua invadindo a sua boca, a minha boca engolindo o seu prazer.

Pensei até em seduzir o motorista, mas eu já estava cansada demais e resolvi dormir e, quem sabe, os sonhos fossem mais produtivos do que qualquer investida minha.

Enfim, foi uma viagem longa. Muuuuito longa. Mas eu dormi sem sonhos até Curitiba.

Mas eu ainda estou de mau humor.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Percepções

Não entendi porque é que Alex se preocupou com o meu aspecto, digamos, descomposto. Porque é que não conseguiu perceber no meu olhar de criança feliz que nada me tinha acontecido contra a minha vontade. Talvez já tivesse esquecido os tempos em Angola, e isso ofendeu-me um pouco. Será possível que ele nunca se tivesse apercebido que eu estava terrivelmente apaixonada? Pelo menos tanto quanto se pode estar aos oito anos de idade? Será que não percebeu que daquela vez que eu fiquei doente e ele teve que me levar ao hospital foi por ter tentado imitá-lo no consumo de cucas? Por ter tentado pôr-me ao seu nível de adulto? Será que nunca descobriu que o ursinho de peluche que eu nunca largava, nem de noite na cama, era o seu substituto? Será que nunca percebeu que o meu olhar feliz quando me sentava ao seu colo, em cima dos seus joelhos duros, era igual ao daquele momento?
Caí na realidade. Certamente que não. Agora, eu já tinha idade suficiente para saber que os homens carecem dessa capacidade de perceber para além do óbvio. Estava a ser parvinha. Claro que o Alex jamais tinha sabido que eu morria de ciúmes da negrinha que lhe limpava a casa e lhe aconchegava a cama, e que era eu que lhe pregava todas aquelas partidas por vingança. Para que um homem entenda o que quer que seja sobre uma mulher, é necessário ir ao cerne da questão. Levantei-me até ficar de joelhos na relva e puxei para cima a peça de roupa que tinha perto dos joelhos. Alex, de boca aberta, não sabia obviamente, o que pensar. Perguntei-lhe:
- Vamos?
- Onde? – balbuciou.
- À tua casa, claro.
Podia ter sido ali mesmo mas, além dum intervalo, eu precisava dum banho.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Obelisco

Se eu pudesse ter gritado naquele momento em que vi Alex com um pequeno cartaz “Benvinda a S. Paulo, Janette Silveira” teria sido um grito de alegria e surpresa. Margarida tinha-me dado um pequeno bilhete que dizia, Alguém na porta de desembarque aguarda por você. Eu tinha umas 4 horas de escala para o voo com destino a Curitiba e de tudo o que tinha menos vontade era de ficar todo esse tempo no aeroporto. Além disso eu sou, infelizmente, fumadora e Guarulhos não tem nem uma única sala de fumo o que me obrigaria forçosamente a sair. Abracei-me a Alex com uma lágrima furtiva num olho. Não o via desde que saí, com 8 anos de idade, de Angola. Alex era o melhor companheiro de caça e cucas como meu pai dizia. Eu bem que os via beberem tanta cerveja mas não fazia a mínima ideia do que Cuca era a cerveja ela mesma.

Alex não tinha mais que dois sacos com ele tendo-me passado um para a mão. Era leve de mais para que eu imaginasse do que seria o seu conteúdo. Lá fora um motorista nos esperava. E foi no jardim do Obelisco de Ibirapuera que começou aquele dia de almofadada. A Guerra de Travesseiros já vocês devem saber o que é pois, segundo sei, correu em quase todas as televisões do mundo. Assim, mal comparado parece a noite de alhos-porros no S. João do Porto, só que desta vez com almofadas e travesseiros de cama. Cansada da batalha caí num recanto por detrás de uma belíssima árvore plantada no gramado. O meu travesseiro quase estripado não me servia nem para descansar a cabeça. Foi quando um jovem moreno de dentes brancos e sorriso enorme, me ofereceu o dele. Aconchegou-me a cabeça e debruçou-se sobre mim. Tão perto as nossas respirações que não resistimos a um beijo.

O resto pode-se imaginar. Quanto mais perverso e mais difícil de fazer, mas gostoso é o sexo. Ele apenas teve de desapertar o cinto e baixar ligeiramente a calça para que o seu instrumento, agora arma desta guerra, pudesse sair à vontade. Eu, como já foi dito, estava de sainha. Entrelaçamo-nos um no outro como se apenas estivéssemos nos roçando e beijando. No entanto, o moreno, de quem nem o nome nunca soube, me invadiu com o seu longo obelisco. Foi a segunda batalha desta guerra mas uma batalha doce. No final um festim de gozos. Não voltei a ver o moreno. Quando Alex me encontrou, como se tivesse sido estuprada, ficou aflito.

sábado, 4 de abril de 2009

DEZESSETE HORAS

Dez horas voando… Sabe-se lá o que é isso? Um tédio!

O ruim é que já tinha-me divertido com Odair e Margarida logo de inicio e, tentar novamente não seria lá uma diversão, mas pedir para ser jogada do avião pelos outros passageiros.

Passeei pelos dois corredores do avião com a desculpa de evitar trombose nas pernas. Com isso pude olhar os outros passageiros à bordo – quem sabe alguém mais fosse interessante, mesmo que só na chegada.

Entretanto, o que consegui foi um olhar lascivo de Odair e uma Margarida indiferente, como devem ser todas as hospedeiras.

Por fim sentei-me, sosseguei-me à contra-gosto, e fechei os olhos imaginando como seria a tal Ilha do Mel.

Foi quando senti uma mão subindo pelas minhas pernas. Uma, não – várias!

O banco foi totalmente reclinado e, por um mistério que ainda não entendi, senti que ele girava para ficar numa posição diferente da que estava.

As mãos subiam pelas minhas pernas e outras seguravam os meus braços, como se eu quisesse sair dali...

A minha cuequinha nem mais estava lá! Mas uma boca que me sugava e brincava com sua língua me enlouquecia – e eu presa com as mãos que me acariciavam e me prendiam ao mesmo tempo.

Outros me sugavam os seios e outros mordiscavam a minhas orelhas.

Tudo ao mesmo tempo, enlouquecedoramente, e quando fui gemer de prazer, alguém me assalta a boca com um beijo.

Mesmo que eu quisesse sair daquela situação, tudo me prendia, tudo era um prazer que me encharcava.

Então senti algo diferente que me tirava de toda aquela tortura de prazer.

Acordei toda torta, molhada, encostada à uma senhora que dormia ressonando ao meu lado.

Infelizmente, por mais que quisesse, não consegui voltar ao sonho, a não ser relembrar as delícias...

O avião logo pousou e, lá depois do desembarque. cumpridas todas as tarefas alfandegárias, estava Alex me esperando com duas sacolas à mão, apressado.

- Vamos, que ainda dá tempo. – disse-me ele, mal me cumprimentando com um beijinho no rosto, jogando minha bagagem no maleiro e sempre com as duas sacolas por perto.

- Pensei que fosse fazer só uma escala por aqui. – disse eu, surpresa.

- Sim, vai. Mas, resolvi vir antes. – atento ao trânsito de São Paulo, que nada tem de parecido com o de Lisboa. – Dá tempo para irmos a um lugar antes.

Rodou mais um pouco, calado. Eu, sem entender absolutamente nada. Estacionou o carro em um grande parque, que ele disse que era o Ibirapuera, ou coisa que o valha. E carregou-me pela mão, apressado, levando as duas sacolas.

Era quase 17h00. Pessoas passeavam por ali, cada vez chegando mais. Todas com sacolas, sacolinhas, mochilas.

E eu, perdida naquilo tudo.

Num dado momento alguém tirou um travesseiro de uma sacola. E outro, outro, e outro, e Alex também. E eu também estava com um travesseiro!

Eu estava no meio de uma Guerra de Travesseiros!

Existem certas coisas que realidade, sonho e ficção se confundem tanto que nem dá para separar! Mas, em qualquer das alternativas... eu adorei!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

En plein vol

Brasil?! Perguntou / exclamou ela ainda incrédula quando olhou para o bilhete de avião que o Sr. Jerónimo lhe tinha oferecido. Como gerente daquele escritório e quase responsável pela queda que Janette tinha dado nas escadas achava que, apesar de ela apenas trabalhar há apenas 3 meses, as férias seriam uma justa recompensa. Ela estava incrédula. E fundamentalmente incrédula pelo facto de isto coincidir com as melhores mamadas que alguma vez o Sr. Jerónimo tinha recebido.

A escala seria em S. Paulo pela TAP e depois um voo da TAM pô-la-ia em Curitiba. Aí teria Alex à sua espera, um velho amigo de Jerónimo do tempo em que ambos eram funcionários públicos em Luanda. Ele a acompanharia a Paranaguá onde um barco, semelhante ao nosso velho conhecido cacilheiro a transportaria à Ilha do Mel.

Acordou cerca de quarenta e cinco minutos depois do voo para S. Paulo ter descolado quando a hospedeira, uma belíssima loira de olhos verdes lhe veio servir o pequeno-almoço. Janette comeu-a com os olhos deixando a Margarida (era esse o nome na lapela) um certo rubor nas faces. Um pouco mais tarde haveriam de ter uma sensualíssima intimidade mas que contarei depois. Levantou-se para ir à casa de banho e no regresso ao seu lugar deu de caras com um negro cuja cara não lhe era estranha. Tinham-se conhecido numa noite quente no Lux. (Janette prometeu-me que me contaria a história desse encontro mas até hoje ainda espero pelo relato). Sentou-se fingindo ter-se enganado no lugar mas de imediato encetaram conversa. Pouco depois e por debaixo do cobertor já a sua mão se desassossegava nas calças de Odair. Odair teve menos trabalho, bastando subir-lhe a minissaia e baixar um pouco a cueca de Janette. Masturbaram-se em silêncio e em silêncio se vieram. Só os olhos os poderiam denunciar. Janette fechou os olhos e pareceu-lhe uma eternidade o regresso de Margarida.

Quando as duas entraram na casa de banho do avião não perderam tempo. Beijaram-se como se fossem amantes de há muito. As suas línguas revezavam-se nas bocas uma da outra. Margarida sentou-se na tampa da sanita. Janette levantou um pouco a perna e tirou a cuequinha. Margarida chupou-a como ninguém o tinha feito antes. Isto era sempre o que Janette pensava. Cada momento era melhor do que o anterior. Veio-se num gemido longo e prolongado suficientemente abafado pelo ruído dos motores. Margarida saiu e foi servir os cafés.