sábado, 4 de abril de 2009

DEZESSETE HORAS

Dez horas voando… Sabe-se lá o que é isso? Um tédio!

O ruim é que já tinha-me divertido com Odair e Margarida logo de inicio e, tentar novamente não seria lá uma diversão, mas pedir para ser jogada do avião pelos outros passageiros.

Passeei pelos dois corredores do avião com a desculpa de evitar trombose nas pernas. Com isso pude olhar os outros passageiros à bordo – quem sabe alguém mais fosse interessante, mesmo que só na chegada.

Entretanto, o que consegui foi um olhar lascivo de Odair e uma Margarida indiferente, como devem ser todas as hospedeiras.

Por fim sentei-me, sosseguei-me à contra-gosto, e fechei os olhos imaginando como seria a tal Ilha do Mel.

Foi quando senti uma mão subindo pelas minhas pernas. Uma, não – várias!

O banco foi totalmente reclinado e, por um mistério que ainda não entendi, senti que ele girava para ficar numa posição diferente da que estava.

As mãos subiam pelas minhas pernas e outras seguravam os meus braços, como se eu quisesse sair dali...

A minha cuequinha nem mais estava lá! Mas uma boca que me sugava e brincava com sua língua me enlouquecia – e eu presa com as mãos que me acariciavam e me prendiam ao mesmo tempo.

Outros me sugavam os seios e outros mordiscavam a minhas orelhas.

Tudo ao mesmo tempo, enlouquecedoramente, e quando fui gemer de prazer, alguém me assalta a boca com um beijo.

Mesmo que eu quisesse sair daquela situação, tudo me prendia, tudo era um prazer que me encharcava.

Então senti algo diferente que me tirava de toda aquela tortura de prazer.

Acordei toda torta, molhada, encostada à uma senhora que dormia ressonando ao meu lado.

Infelizmente, por mais que quisesse, não consegui voltar ao sonho, a não ser relembrar as delícias...

O avião logo pousou e, lá depois do desembarque. cumpridas todas as tarefas alfandegárias, estava Alex me esperando com duas sacolas à mão, apressado.

- Vamos, que ainda dá tempo. – disse-me ele, mal me cumprimentando com um beijinho no rosto, jogando minha bagagem no maleiro e sempre com as duas sacolas por perto.

- Pensei que fosse fazer só uma escala por aqui. – disse eu, surpresa.

- Sim, vai. Mas, resolvi vir antes. – atento ao trânsito de São Paulo, que nada tem de parecido com o de Lisboa. – Dá tempo para irmos a um lugar antes.

Rodou mais um pouco, calado. Eu, sem entender absolutamente nada. Estacionou o carro em um grande parque, que ele disse que era o Ibirapuera, ou coisa que o valha. E carregou-me pela mão, apressado, levando as duas sacolas.

Era quase 17h00. Pessoas passeavam por ali, cada vez chegando mais. Todas com sacolas, sacolinhas, mochilas.

E eu, perdida naquilo tudo.

Num dado momento alguém tirou um travesseiro de uma sacola. E outro, outro, e outro, e Alex também. E eu também estava com um travesseiro!

Eu estava no meio de uma Guerra de Travesseiros!

Existem certas coisas que realidade, sonho e ficção se confundem tanto que nem dá para separar! Mas, em qualquer das alternativas... eu adorei!

7 comentários:

  1. Ai Janette, menina, tu assim não chegas a netos, não chegas não!

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  2. Eu penso que, do jeito que a coisa anda, ela acha que os bebês vem com as cegonhas.

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  3. Agora é que a Janette ficou baralhada. Então Alex não deveria estar esperando por ela em Curitiba? E como foi que ele a pegou em S. Paulo? Surprise, surprise!

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  4. Devia... Mas parece que ele não queria perder a Guerra de Travesseiros, né não? :)

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  5. ahhhh teve aqui a guerra na torre de tv e eu perdi snifff

    mas..que sonho hein?

    vou ali dormir....

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  6. Eu passei em frente ao monumento do Obelisco, no Ibirapuera em SP, por volta das 17h, e testemunhei. Era interessante como iam se achegando gente de todos os cantos, com uma sacola na mão ou uma trouxa debaixo do braço, alguns levando mala e mochila nas costas... Para se reunirem com outros, que de minuto em minuto trocavam travesseiradas!! Era divertido. Se não fosse o trânsito complicado por conta da curiosidade de quem passava e dos guardas multando quem se atrevesse parar para ver a tal guerra de travesseiros! Mesmo com uma câmera à mão, seria difícil parar para fotografar...
    Fiquei a imaginar Janette e Alex, atravessando a rua na frente do carro e se encaminhando às pressas para a multidão, para não perderem um segundo sequer!...

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  7. 10 horas de voo...um Odair e uma Margarida de desassossego...um Alex com ideias...travesseiros e sonhos...

    Janette, minha querida...vais fazer "história" no Brasil!!!!

    E eu aguardando as cenas dos próximos capitulos....

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