terça-feira, 23 de junho de 2009

De mãe para filha

Quando Margot abriu a portinhola para ver quem era só viu a mim e deixou-nos passar – eu e Paulão, para seu assombro. Ela quis questionar, mas pedi logo para falar com o tal do traficante, José. Aliás, era capaz dela mandar-me falar com qualquer um, dada a quantidade de Josés que havia por ali,
Sentamos na mesa eu, Margot e José. Paulão ficou a dois palmos de distância de mim, em pé, para constrangimento dos dois.
- Bom, mamãe contou-me da bela enrascada em que meteu-se com vocês. Aliás, que meteu-me...
- Presumo que ela tenha deixado bem claro as coisas. – disse José, reclinando a cadeira a olhar de soslaio para Paulão.
- Deixou, mas eu também vou deixar bem claro as minhas condições, uma vez que eu não sou moeda de troca.
- Não existe condições, menina. – disse debochadamente Margot, ao mesmo tempo que acendia um cigarro fedido. Odeio cigarros. Paulão sabe e tirou o cigarro da boca de Margot e apagou-o debaixo do seu enorme sapato diante do olhar bestificado dela que não disse mais nada.
- Qual é o trato? – quis saber José, olhando ao redor, talvez procurando seus comparsas.
- Eu pago o que mamãe deve com meus serviços, sim. Mas quando eu quiser, com quem eu quiser.
- Ei! Isso pode demorar anos! – reclamou Margot estridente.
- Ou não... – riu Paulão, às minhas costas, cinicamente, deixando os dois a pensar.
José reclina novamente a cadeira a olhar diretamente para mim, a avaliar o "produto".
- Eu aceito. – disse ele.
- Se ele aceita... – e deu de ombros a tal mulherzinha, aceitando o trato – Quando começa?
- Talvez hoje... – disse eu, lentamente, a avaliar o ambiente e os possíveis clientes que bebiam nas mesas ao redor de uma acanhada pista de dança onde dançavam outras prostitutas que se promoviam.
- Esteja à vontade. – disse, num escárnio, José que já se preparava para levantar-se.
- Não quer ser o primeiro? – levantado-me e achegando-me a ele sob a supervisão atenta de Paulão que sabia que jamais alguém iria me dar prazer como ele.
Vou poupar os leitores das cenas ridículas que antecederam ao meu gozo.
Sim, porque ver o pífio pênis de José era, finalmente, ter idéia do que era ejaculação precoce. O ruim era não poder nem ao menos rir daquilo.
Ele, como sabia o material que tinha e o produto que tinha em mãos, esforçou-se o mais que pode para mostrar-se "o macho".
Quanto a mim, portei-me como uma prostituta – fiz o serviço sem qualquer paixão, mesmo porque nem dava diante... "daquilo".
Mas... ficou aquela imensa curiosidade: como seria o próximo?
Daí em diante aquilo virou um vício. Principalmente porque a noite eu encerrava com Paulão, para a agonia de todas as outras que o queriam e ele era só para mim, que me arrancava gritos de prazer. E isso, era o prazer dos prazeres...

5 comentários:

  1. É, Janette, és muito previsível mesmo!

    E a risadinha de Paulão não foi cinismo, foi deboche mesmo. Ele sabe que Janette dará cabo de todo o puteiro, dos traficantes da cidade e dos das cidade vizinha em uma semana. :)

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  2. Esse Paulão está a ficar muito tempo. Cá para mim ainda casam e ele torna-se corno num instante.

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  3. Acho mais que Paulão vai virar "garoto de programa", isso sim! :) Mesmo porque, Janette tem diversão demais! :))

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  4. Realmente, Fernandão, isso é que é perversão! Mas da boa, post muito bom! esse Paulão é que é feliz, dizem que o amor sincero, além do materno, só de puta! Abraço!

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  5. Janette está feliz, só pode!!!
    ...todos os dias a possibilidade de "uma nova descoberta" e à noite prazer garantido

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