quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Montanha Russa

Eu não conseguia simplesmente desviar o olhar daquela cena. Com toda a minha experiência na matéria, esta era uma coisa que eu nunca tinha presenciado. Porque os homens não fazem, os homens não podem... Nós, as mulheres, somos tão mais livres neste pormenor! Podemos beijar as amigas, abraçá-las, dormir com elas na mesma cama, trocar roupas e segredos, ficar muito íntimas. Mesmo que se saiba que numa noite mais fria ou num momento mais aborrecido nos aconchegámos para lá do limite, não há problema. Para os nossos homens, é apenas uma tolice, pois no fundo, bem no fundo, acreditam que as mulheres não têm sexo, como Maria. Para os homens estranhos, é uma diversão e um espectáculo excitante. Não há homem nenhum que não fantasie intrometer-se num casal de lésbicas, mas mulher alguma sonha ser o terceiro elemento num casal de homens que se amam. Os homens, entre si, amam-se de forma brutal. Paulão e o meu vizinho já suavam e os seus rostos contorciam-se como se duma luta tribal se tratasse. Os seus corpos reluziam de suor, enquanto davam um ao outro aquilo que as mulheres não lhes podem dar, ou lhes dão apenas uma amostra. Quando se beijavam, era como se tentassem comer-se um ao outro. E eu não conseguia desviar o olhar daquela cena.
Agora eles falavam, e eu imaginava o que poderiam estar a dizer. Tentava ler nos lábios, mas estava demasiado longe para tal. Colei-me à janela instintivamente. Colei todo o meu corpo à janela. Respirei fundo. Paulão estava agora a pegar no telemóvel. Marcou um número... Nesse momento, o meu telemóvel tocou, mesmo ali ao lado, e isso fez-me dar um pulo de susto. Olhei para o visor. Era Paulão!
Adivinhei o que queria e senti como que uma vontade de urinar. As minha calcinhas ficaram, de repente, ligeiramente húmidas. E eu estava louca. Meu Deus, eu estava louca!
Sôfrega, peguei no telemóvel para o atender. Sentia que ia entrar na montanha russa.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Imperfeições

Apesar de triste, o calor não me passava. Não me refiro aos mais de 30 graus centígrados que fustigaram a semana mas sim àquele calor que nos deixa húmidas. Pronto, não me estou a sair bem mas acho que os leitores do meu blog já entenderam. Reabri a janela que o meu vizinho me tinha ajudado a fechar, debrucei-me no parapeito e fiquei calmamente a tomar ar. Vi-o atravessar a rua, acender a luz da escada do prédio e, desta vez, era ele quem tinha deixado a janela aberta. Embora uma diáfana cortina me proporcionasse pouco mais que silhuetas, vi-o despir a camisa e preparar um whisky. Sentou-se num sofá e ficou a olhar fixamente no ponto. Com o comando na mão só poderia estar a ver TV.

Surpreendi-me ao ver parar um carro que não desconhecia. Era o carro de Margot mas não era ela quem estava conduzindo. Estacionou irrepreensivelmente junto ao passeio entre dois carros já ali parados. Era Paulão quem tinha feito tão perfeita manobra, era o perfeitíssimo Paulão, aquele que caprichava sempre que comigo se enrolava, quem estava a sair da viatura. As mesmas calças cor-de-rosa, a mesma camisa branca colada ao corpo, que há momentos ostentava, não davam para que me equivocasse. Pensei então que Paulão viesse reclamar o que não tinha feito, se redimir de não me ter dado a mínima bola quando me deixou “a herança”. Engano meu. Paulão entrou no prédio em frente. Outro arranjinho, pensei e fiquei na minha, olhando para a luz do prédio que se acendia de novo.

O meu vizinho, o do whisky acabado de preparar levantou-se do sofá. Estranha coincidência, Paulão foi ao seu encontro. Entraram na sala abraçados e beijaram-se. Um beijo que se prolongou. Eu não queria acreditar. Quero mesmo poupar-vos a pormenores, mas aquele instrumento que há pouco me penetrava, aquele que me jurava querer ficar toda a noite me amando, aquele que se veio abundantemente em meus seios estava agora a comer o cu a Paulão. Definitivamente este não é mais o meu Paulão e o calor, esse calor que há pouco me dilacerava, transformou-se numa corrente de ar fria de decepção. Imperfeições?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Herança


Sabe quando as cores ficam mais fortes, mais brilhantes? Não, não é prenuncio de dor de cabeça! Mas aquela sensação de que o dia vai ser melhor, vou ser mais feliz, vou ter boa notícia...
Não foi nada disso. Quer dizer, eu ainda não decidi.
O caso é que do hospital ligaram-me para dizer que mamãe havia falecido.
Telefonei para Margot. Nem sei dizer porque fiz isso, mas como ela conhecia minha mãe achei que mamãe ficaria feliz. Se não ficasse feliz, pelo menos Margot saberia os procedimentos de um funeral, já que com certeza cansou de enterrar prostitutas.
Claro que fiz o meu papel direitinho, de filha amorosa. Mas detestei ser consolada pelo enfermeiro legista que liberou o corpo dela. Aliás, nem sei se existe enfermeiro legista.
Saímos do cemitério, eu e Margot, e fomos beber algo, já que anda um calor infernal por aqui.
- Acredito que saiba que sua mãe deixou-lhe uma herança.
- Pensei que já tivéssemos resolvido a respeito da divida que ela tinha com você.
- Eu não estou falando de dívida, mas de herança, menina!
Vejam só! Afinal uma coisa agradável!
- E como faço para recebe-la? – evidentemente feliz da vida.
- Fácil. Vou mandar Paulo levá-las para você. – disse tão displicentemente que julguei que estivesse realmente feliz em se livrar de algo.
Fui para casa e mal cheguei Paulão chegou. Para falar a verdade nem mais pensava em herança, mas no Paulão.
Abri a porta e lá estava ele, naquele tamanho descomunal, com uma calça rosa, t-shirt justíssima e branca. Evidente que não era mais o Paulão.
- Margot pediu-me para entregar essas malas para você. – disse-me ele, mal olhando nos meus olhos, a depositar rapidamente as malas no meio da sala e virar-se para ir embora – Cuide-se.
E foi!
E eu nem disse nada!
Abri uma das malas e lá estavam roupas estranhas, mas divertidas. Vesti uma delas – eu e mamãe vestíamos a mesma numeração. Era uma que parecia de freira, mas tão curta que eu ri ao pensar mamãe vestindo aquilo.
Novamente a campainha toca e lá vou eu atender, fantasiada como estava.
Dia totalmente atípico. Lá estava, à minha frente, o meu vizinho de rua. Mora uma quadra adiante, mas vez ou outra cruzamos nossos caminhos ou olhares.
- Vim avisar que sua janela está aberta. – disse ele, medindo-me com o seu olhar.
- Gostaria de fechar para mim? – disse eu, imitando uma voz doce e angelical.
- Com prazer.
- Será um prazer mútuo.
Ele fechou as janelas, certificando-se que ninguém mais conseguiria ver as minhas travessuras no apartamento.
Tão logo fechou-as e sua mão foi direto para meio das minhas coxas.
Sinceramente, não preciso de fantasias para ficar molhada. Acredito que ele também não, porque as roupas sumiram rapidamente.
Começou a beliscar-me no interior das coxas deixando marcas vermelhas. Doíam. E ele ria.
- Dói? – perguntou ele, num sorriso sádico.
- Claro. – docemente.
Então mordeu-me e chupou-me com força. Minhas coxas ficaram cheia de marquinhas roxas.
- Você está sendo malvado! – reclamei.
E ele sorriu, satisfeito.
Penetrou-me com força e nos seus movimentos, quase enlouqueci. Sentia a dor de suas mordidas e o prazer do seu corpo no meu.
O meu gozo veio rápido, mas o dele não, que continuou a dar estocadas. Gozei novamente e nesse momento ele retirou-se de mim e gozou sobre os meus seios e rosto.
- Ai, Janette... Seria capaz de passar a noite inteira a amar-te.
Então lembrei-me de mamãe.
- Enterrei minha mãe hoje.
Existem certas coisas que não entendo nos homens. Uma delas é achar que quem está triste não pode transar. Outra, é achar que só porque minha mãe morreu eu deveria estar triste. E outra, é sair aborrecido, mesmo eu pedindo para ficar.
E eu nem sei o nome da criatura.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A Mamãe e os Meninos

Os três entraram meio ressabiados, afinal, não é todo dia que uma doida na escada ordena a três garotões que lhe façam um filho. Os pobrezinhos só perceberam que eu não falava sério após verem o absorvente preso à calcinha. Não falei sério, mas a vontade persistia. Teria engravidado deles. Seria a mistura perfeita de genes para uma filha ou filho que viesse a ter: olhos mel, como os de Clarisse, cabelos loiros e musculatura atlética.

Imaginei ainda como seria o enxoval, as cores do quarto, caminhar grávida pela praia, comprar batas e vestidões, ouvir uma vozinha me chamando de mamãe. Seria zelosa, jamais o deixaria em frente à tevê, compraria livros muitos livros. E leria histórias, todas elas. Refrigerante? Nem deixaria meu pequenino passar perto! Ensinaria valores dos quais o mundo precisa como a solidariedade, a humildade...sei lá, acho que seria uma ótima mãe. E nem tenho esse sonho de que meu filhinho tivesse um pai. Eu seria ambos, não deixaria faltar nada, batalharia um melhor emprego, um melhor local para morar. Talvez um filho desse forças para mamãe sair do estado letal que se encontra. Talvez um filho me endireitasse. Fosse menino, ensinaria tudo o que uma mulher gosta. Fosse menina, faria de tudo para que não saísse a mãe, uma hedonista que beira a irresponsabilidade e que tem fogo entre as pernas. Todavia, não adiantaria muito, o que me apavora, já que a ninfomania está intrínseca no DNA da família, visto que mamãe tentou me pôr em outro caminho e não conseguiu.

Divaguei tanto sobre meu futuro bebê, que flutuei. Mas aterrisei. Voltando a mim, nua, transando com os três garotões, quando senti um arrepio dos bons. Quando sinto desses, sei que vou ejacular. Isso mesmo, mulher ejacula. Eu, Janette, ejaculo, oras! Não são todas as mulheres que conseguem, mas...como explico isso? Sim, é como se na hora do orgasmo me desse uma baita vontade de urinar. Algumas já sentiram isso, mas nessa hora, bloqueiam achando que vão fazer xixi. Não é urina, é ejaculação mesmo. É igual ao homem, quando eles estão muito excitados, antes de ejacular, liberam um liquidozinho, o semigozo (por acaso, meninas, não pensem que não engravida, pois, apesar de ralinho, aquilo é to-ma-do de espermatozóides) que se compara a quando estamos molhadas, entretanto, eles gozam, não gozam? Somos iguais. Mas enfim, eu dizia que quando sinto esse calafrio é porque sei que não restará pedra sobre pedra, meus gemidos a partir dali denunciavam isso. E essa sensação de quase êxtase ocorreu quando me senti tomada, ânus e vagina, por uma dupla penetração, enquanto o outro rapagão se postava à minha frente de mastro ereto, lindo, sem falhas e com uns vinte e um centímetros, o qual eu abocanhava até a base. Eles pouco se importavam com a sujeira ou o sangue, o tipo de homem que gosto: sem frescura; eu havia acertado na mosca em atiçá-los.

Eu tinha razão, não tardou e tive um orgasmo naquele vai vem de dois caralhos (ai, prometi a mim mesma que perderia a mania prostíbula de falar palavrões que adquiri quando trabalhei para Margot). Jorrei, espirrei no corpo dos rapazes, que urravam de prazer em ver a cena. Fico tão fora de si quando acontece, que entro em alfa. Paulão, que me fez ejacular assim certa vez, disse que eu me tremia muito, que parecia até um ataque de convulsão. Ele precisou nos filmar para que eu acreditasse (confesso: fiquei perplexa por me ver daquele jeito). Mas eles berravam. Os homens são os maiores egoístas com o prazer. Querem gozar a todo custo. Se um deles lhe disser que prefere vê-la gozando, não acredite, pois é puro egoísmo, só fazem isso para o bel-prazer, pois ficam exasperados, enlouquecidos e enfurecidos de tesão quando nos veem chegando ao ápice, além de exacerbar o orgulho contido de que são capazes de dar prazer, coisa instintivamente e exclusivamente feminina.

Bom, os rapazes ainda estavam fora de si e se masturbando. Busquei um copo e ajoelhei no meio dos três, chupando um a um. Usei o truque que uma das meninas de Margot me ensinou, de friccionar a língua atrás da glande do pênis. Sandra sabia das coisas, porque, logo, logo, os três espirraram no copinho. E eu, claro, degluti todo aquele néctar. Não se tratava apenas de uma das fantasias que eu sempre quis realizar, beber no copinho, mas sei lá, me bateu uma coisa meio mãe. Afinal, ali poderia ter tantos futuros médicos, arquitetos, engenheiros, pintores, atores, que não tive coragem de matá-los! Ai, ai, ai...só eu mesma para gargalhar sozinha das coisas que digo.