terça-feira, 27 de outubro de 2009

Se é para fazer, faça-se!

Estava satisfeita comigo própria, na verdade. Sabia que não iria morrer sem concretizar esta fantasia que era fazer sexo oral num desconhecido em público. Agora só me faltava ser protagonista num filme porno, mas até isso estava próximo de conseguir. Ia nestes pensamentos quando entrámos no apartamento de Rita. Ia aliás de tal modo absorta neles que nem liguei quando ela pôs a língua de fora e a enfiou no meu ouvido, ainda no hall de entrada. Foi só quando comecei a sentir uma humidade fria mas ao mesmo tempo quente, como num pequeno choque eléctrico, que me voltei para ela disposta a retribuir, mas não sem deixar de continuar possuída pelas minhas fantasias. Por mim, durante todo o tempo em que fiz amor com Rita, podia jurar que havia um câmara man na sala. E foi convicta desse desejo que me expus nos ângulos certos, que sorri e gemi de forma estudada, que seduzi uma câmara que não estava lá. Mal podia esperar.
Depois, mais tarde, enquanto fumávamos o cigarro da paz após a amigável batalha que travámos, puxei a conversa. Queria ver o guião do filme. Rita riu, cristalina:
- Oh mulher! E filme pornográfico lá tem guião?
Caí de repente do alto da fantasia onde tinha subido:
- Não tem?! Tem que ter!
- Não tem mesmo, acredita! Chegas lá, tens dois ou três matulões à espera, despes-te. Depois montas um enquanto chupas o outro que está de pé à tua frente e o terceiro aproxima-se por trás e mete também. Finges que tens uns cinco ou seis orgasmos e no fim ficas de joelhos enquanto os três se masturbam para cima de ti. Voilá!
- E depois?...
- Depois tomas banho!
Não, pensei eu. Não mesmo! Um filme porno comigo tem que ter guião, senão não faço! E não pode ser uma coisa própria para ver em festas de primeira-comunhão como a que Rita acabara de me descrever. Qualquer miúdo de seis anos já viu um filme desses! Não! Um filme comigo tem que ser a sério! Mesmo a sério! Tem que incluir dor, sangue. O sangue nunca pode faltar. Não faltou no martírio de Cristo, o clímax da nossa civilização, também não há-de faltar num filme meu. Tem que incluir dejectos, fezes, a condição humana toda sem mentiras. Tem que incluir submissão e sublimação. Estupro e violência. A aviltação de todos os sentimentos, todos os objectos e todas as criações da natureza. Um filme comigo tem que ser a sério!
Decidi que ia oferecer-me para escrever o guião eu mesma.

8 comentários:

  1. Qualquer menino de 6 anos sabe tudo isso! Claro! :))

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  2. Tens aí um grande desafio Janette. Escreveres o guião do teu próprio filme. Cá fico à espera de mais um episódio desta tua deliciosa vida.

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  3. Ai nem me fale! eu que já não podia esperar o proximo depois do ...sentadas a mesa...Agora me mato !!
    Aproposito parabens pelas historias, que de certo deixam a muitos contentes!já indiquei a todas as minhas amigas =)))

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  4. Mania de inovações é o que tem esta Janette... só ideias a brotar naquela cabecinha, Jesusssssssssss!!!!!

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  5. E vais escrever o quê, Janette, tua autobiografia? Faria sucesso, viu!

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  6. Fernando, você não acha que a Janette já escrevia algo mais para nosso gáudio?

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