Há uns anos atrás comi um doce chamado tiramisu. Base de mascarpone, café, licor de amêndoas e cacau em pó. Exótico, ao mesmo tempo marcante.
Hoje, digo que é a minha sobremesa preferida. A diversidade de seu sabor confere-lhe um lugar de honra no meu paladar.
Seu tom moreno, mas um creme que um dia foi claro, com sabor café e o aroma da amêndoa e amargo do cacau, que torna tudo de uma sensualidade alucinante.
Foi nisso que pensei enquanto experimentava a sua pele morena, enquanto Miguel acariciava a mim e a ela.
Eu, já estava toda excitada com aquela brincadeira no elevador e foi tão fácil ver no olhar de Clarisse que o desejo também estava ali.
Mas foi Miguel que a enlaçou pela cintura e a beijou tirando-a da porta. Como fomos parar todos na sua cama é um lapso que ainda tenho na memória.
A sua boca tão delicada procurou a minha e isso me fez mais excitada – queria tanto! Tanto quanto o olhar de Miguel, que nos olhava com desejo. Teria as duas.
As roupas nem foram empecilhos – sumiram misteriosamente. Foi quando senti a mão de Miguel percorrendo as minhas curvas e o meu lago de prazer... Suguei os seios de Clarisse e ela gemeu de prazer, porque Miguel também a provocava.
Então, olhamos uma para a outra. Como é intrigante o olhar de uma mulher para outra. Como os pensamentos e sentimentos fluem, sem impedimento. Sentir o seu calor e o seu desejo é coisa única. Mas ambas queríamos mais.
Virei-me para Miguel e o acolhi em minha boca, inteiro, pulsante, com sabor, quente. Enquanto a minha língua brincava em lhe dar prazer, sentia em mim a língua de Clarisse a me penetrar docemente, experimentando a minha água. Miguel segurou-me pelos cabelos e não se permitiu derramar o seu leite em mim. Ele queria Clarisse. Eu sabia que ele gostava desse doce.
Então ele penetrou-a, com força. Até eu senti fundo a estocada e fui até junto dela e enquanto ele a possuía, eu tinha os seus seios, o calor de sua pele, que me enlouquecia. E ela gemeu de prazer. Um gemido doce... Uma entrega deliciosa... E eu beijei-lhe o umbigo.
Como se a coisa tivesse sido premeditada, Miguel afasta-se de Clarisse e agarra-me por trás. E então lembrei-me porque tinha gostado tanto dele. Ele nunca se cansa.
Força-me lentamente, com doçura, porque sabe que dói – mas até mesmo essa dor me dá prazer. É a vez de Clarisse de chupar-me os seios, mordiscá-los, beijar-me os lábios, enquanto Miguel me possui por trás, com ritmo cada vez mais rápido, e mais forte e todo o meu corpo é tomado de sensações de um prazer louco que eu grito. Loucura e prazer.
E nos derramamos, os três, nos lençóis que eram claros.
Creme, café e amêndoa.
1645. Os atravessadores
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Hoje vou escrever sobre os atravessadores. No meu quotidiano conduzo com
frequência pela cidade. Quando ainda estava no ativo a minha condução era
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Há 6 anos