terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Beijo Queimado

Os seus olhos vasculharam tudo em menos de quatro segundos e percebeu, antes que lhe perguntasse qualquer coisa, as reais intenções de Miguel.

Só ficou intrigada, realmente, com os botões da cadeira.

Preparou o whisky como ele havia pedido. Ela, pessoalmente, detestava aquela bebida – preferia o vinho, mas amava o beijo do whisky, que queimava. Ainda assim preparou dois.

Enquanto estava sobre ele, naquela cadeira que reclinou tão deliciosamente, sentindo o calor do seu beijo na boca, imaginou, num pequeno pecado de distração, que lá fora poderia estar tão quente quanto ali, naquele momento.

As mãos dele, curiosas, desabotoaram-lhe a camisa e alcançaram-lhe os seios. Pensou que sempre achou que seria assim, quando nadava na piscina, imaginando-se abraçada a ele. No entanto, o prazer era maior. A língua que contornava os seus mamilos ainda exalava o whisky gelado.

Ajudou-o a desenvencilhar-se das roupas e nada mais passava pela sua cabeça, a não ser sentir o toque daquele corpo que a enlouquecia e a incitava a dar-lhe prazer. Uma troca justa.

No entanto, num repente, virou-se de costas e fez-se guia das mãos dele, enquanto sentia o seu desejo firme atrás de si.

Brincou em carícias excitantes que lhe mexiam todos os sentidos, enquanto ele, cada vez mais, mostrava como aquilo o estava a enlouquecer.

Nesse instante, não havia mais cadeira, nem long chaise, nem mesa, nem canapé, nem nada, a não ser o tapete que por ali se encontrava, talvez casualmente.

E foi ali, no chão daquela sala mobiliada com tanto esmero, que ele a fez sua, penetrando-a com a força do seu desejo, ritmando ao som dos seus gemidos de prazer, da visão do seu olhar de luxúria, de suas unhas cravadas no tapete, cada vez mais rápido... e o corpo molhado, como saído da piscina, e isso lhe deu prazer enorme... agora tinha-o.

Descansaram sentados, romanticamente olhando um para o outro, no canapé da entrada terminando os seus whiskies com um ardor de beijo queimado.

1 comentário:

  1. a convite da Senhora, grande amiga de anos, vim conhecer teu espaço ...

    muito bom o texto, gostoso de ler, história que flui e dá vontade de ir até o final, sem pressa, mas sem querer parar ...

    gosto desse estilo mais imaginativo para cenas como essas ... excesso de descrição, nesses casos, fazem perder muito do charme ...

    já está nos favoritos, vou procurar o link para seguir o blog ...

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