quinta-feira, 9 de julho de 2009

Asco e Pena

Fiquei absorta em pensamentos, visualizando o que acabara de acontecer. Clarisse ainda chorava, baixinho, mas em soluço palpitante, como se sua honra tivesse sido levada pela bengala.

Vendo a cena, uma mescla de sentimentos me invadiu, tive asco e pena de Clarisse. E a tal mescla me invadiu como invade uma dor de cabeça branda, que vai te consumindo até levar à loucura, pensando apenas na maldita dor.

Resolvi acolhê-la. E enquanto ela chorava agarrada em mim, sem querer explicações ou se explicar, senti um quê de repulsa: afinal, uma grande frescura chorar por aquilo. Poxa, também acontecera comigo e eu não fiquei daquele jeito. Foi então que entendi a dó que sentia, em meus próprios devaneios, com as lágrimas de Clarisse molhando meu pescoço, que ela não chorava por ter sido, sei lá, estuprada por uma bengala. Mas por ter se submetido àquela situação. Tentei lembrar da primeira vez em que me sujeitei a algo sórdido assim, mas não consegui.

Voltei a mim e enxuguei as lágrimas de minha amiga. Olhei sua íris mel, entrelacei meus dedos em seus cabelos castanhos, cheirei sua orelha, seu pescoço, cheirei perto de sua boca e a beijei. Beijei-a por tanto tempo que minha alma saiu do corpo. De um ósculo tão calmo e arrebatador, que não preocupei em tateá-la sexualmente, e assim também foi Clarisse. Senti suas mãos agonizantes e gélidas de aflição, de choro, virarem brasa, tocando meu rosto, minha nuca, meus cabelos. Foi a primeira vez na vida que senti um tesão tão estranho. Eu estava completamente molhada àquela altura, mas não senti chegar a tal ponto. Acho que foi um dos melhores beijos que tive.

Clarisse parou de me beijar. Fitou-me. Sorriu e passou a mão em minha barriga, subindo dedo após dedo em busca de minhas auréolas, por baixo da camiseta. Alcançou o que queríamos, e ainda, sem deixar de me encarar, começou a massagear meus seios. Então, só após colar seus lábios nos meus em selos e mordiscadas provocantes, sem cessar a massagem erótica, me beijou. E desta vez nos beijamos com força, com volúpia: puxávamos-nos pelos cabelos; minhas mãos passeavam em seus seios, e, de quando em quando, em seu clitóris, por dentro da calça; as mãos dela em meu rosto, seus dedos em minha boca, em meus seios, com o indicador e o polegar esmagando meus mamilos...não estávamos lúcidas, definitivamente não estávamos. Nossa libido nos entorpecera.

Ela perguntou onde estava meu rabbit. Respondi que estava no armário do banheiro, na última gaveta, e enquanto ela foi buscar, tirei a calça e me masturbei. Eu, que já sentia um fulgor desde a bengala do velho imbecil e molhada com o beijo apaixonante dos lábios carnudos de Clarisse, via as partes internas das minhas coxas inundadas de mim mesma. E Clarisse adorava aquilo. Fez que me beijaria, sorriu marotamente e abaixou a cabeça entre minhas pernas, lambendo minhas coxas onde quer que houvesse meu gozo. Passeou com a língua em meus grandes lábios – me penetrou assim – e subiu habilmente com a língua para o clitóris, concomitantemente introduzindo devagar o vibrador em mim. Começou um movimento compassado entre sua língua e as estocadas que me dava. Nessa hora jurei para mim mesma: não fosse o cheiro de homem que me deixa louca, virava lésbica de uma vez por todas!

Sem mais me conter, puxei Clarisse pelo cabelo, nos beijamos e em desespero e exaspero arranquei fora sua calça! Nos encaixamos, fizemos sabonetinho. Seus gemidos pareciam com os de penetrações... Que tesão sentíamos, que tesão! Saí da posição e tomei o rabbit em minhas mãos. Sorri para ela, mas não fui correspondida. Clarisse ficou séria, mas não me importei, nem lembro o que pensei na hora e continue olhando-a, enquanto ela me mirava com um ar de receio. Comecei a esfregar o consolo em seu umbigo e fui descendo, com ela encolhendo sua barriga a cada toque da ponta do rabbit, coisa estranha, pensei, parecia estar aflita. Desci mais um pouco, desci até chegar à entrada de sua vagina. Clarisse arregalou os olhos e eu então empurrei o vibrador de uma vez nela. Recebi um tapa de mão cheia de Clarisse na cara na mesma hora, que se levantou, vestiu o jeans correndo e saiu chorando, batendo porta afora.

3 comentários:

  1. Essa Clarisse não se aguenta à bronca, ai ai!

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  2. Sabonetinho?
    Primeiro uma bengala nojenta e agora sabonetinho...
    O dia que amarrarem juntas as pernas de Janette ela morre! :))

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  3. Tinha de acabar "assim" a Janette não perde uma "oportunidade"!!!
    Mas que se passa com a Clarisse????..vá conta, conta

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