Decididamente, gosto de chuva. O cheiro que deixa no ar depois da terra molhada. A água a escorrer lá fora limpando céu, rua e pensamentos.
Lembro-me sempre quando saí para o trabalho num dia de chuva...
Tudo o que levava para me proteger era uma jaqueta de jeans dois números maior que o meu – outra mania que tenho. Adoro ser abraçada por números bem maiores que o meu.
Mas, naquele dia, todo o céu despejou sobre a cidade. E eu ali, como que a passear num parque.
Então, da sacada de uma casa vi-o. Na verdade, foi ele quem me viu. Através da janela. Olhou-me intrigado através do vidro enquanto eu caminhava pela rua. Momento depois desapareceu da janela.
Quando me aproximei da casa ele abre a porta.
- Não preferes esperar que a chuva passe?
Ele era dois números maior que o meu. Não teve como eu recusar.
Entrei naquela casa estreita, mas de um aconchego impressionante.
Ele tirou-me a jaqueta e percebeu que a camisa branca que eu vestia me colava ao corpo.
- Vou buscar uma toalha para te enxugares.
Subiu as escadas, mas eu não quis ficar parada ali esperando por uma toalha. Fui atrás.
A chuva ainda batia no vidro da janela.
Ele viu-me na porta do quarto e ali ficou, a segurar a toalha aberta esperando que eu me aproximasse para me secar.
A toalha, na verdade, ficou caída aos pés da cama...
Desabotoou-me, um a um, os botões da minha blusa que insistia em ser tão transparente molhada.
O calor da sua mão arrepiava-me a pele e os meus seios, túrgidos, mostravam quanto eu precisava de ser aquecida.
Beijou-me os ombros com delicadeza e puxou-me para si, secando com suas próprias mãos quentes as minhas costas ainda molhadas.
Estranhamente, quanto mais ele me secava a pele, mais molhada eu ficava.
- Estou todinha molhada... – sussurrei-lhe ao seu ouvido.
Ele deitou-me na cama com uma suavidade deliciosa. Abriu-me as pernas e, quanto mais tentava secar com a sua língua a fonte de tanta água, mais molhada eu ficava e mais exigia de tanto trabalho.
E quando os trovões já rugiam mais forte, ele me penetrou com força fazendo-me ver estrelas junto com os raios e nuvens negras que se derramavam lá fora. E no embalo do cair da chuva, os nossos corpos, ambos molhados, gemiam de um prazer inesquecível.
A chuva continuou a cair por um bom tempo e eu fiquei aninhada naquele corpo molhado, dois números maior que o meu.
1645. Os atravessadores
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Hoje vou escrever sobre os atravessadores. No meu quotidiano conduzo com
frequência pela cidade. Quando ainda estava no ativo a minha condução era
mais de ...
Há 6 anos
Um texto muito bonito e sensual!
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